segunda-feira, 27 de junho de 2016

Trilhas e riscos

Olá.

Sempre me perguntam se eu já passei por algum risco nesses anos todos de trilhas e acampamentos. Os quê me conhecem sabem que sou muito cauteloso e sempre planejo com atenção cada expedição, avaliando os riscos que envolvem qualquer atividade ao ar livre.

Os riscos variam desde um simples tropeção numa pedra até ter a vida sob ameaça. Mas a maior curiosidade das pessoas é saber sobre riscos envolvendo encontro com animais. Minhas excursões ocorrem principalmente aqui na região mesmo, envolvendo portanto as Serras do Mar, da Mantiqueira e o Vale do Paraíba. Com predominância da Mata Atlântica, um bioma muito rico em espécies da nossa fauna, o maior predador é a onça parda...mas com essa eu nunca me deparei. O mais próximo que cheguei dela foi encontrar suas pegadas próximo a um curso d'agua numa trilha dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, em Cunha. Contarei isso em futura postagem.

Obviamente, já me deparei com serpentes, aranhas, lacraias e escorpiões em algumas poucas ocasiões e tive a oportunidade de fotografar alguns indivíduos. Mas nunca me vi em risco nessas ocasiões porque os avistei antes e pude apenas observá-los.

Mas há um animal com o qual já me deparei e tive muito medo, pois me senti como uma ameaça que poderia causar a sua reação, o quê seria fatal para mim e meus amigos. Trata-se de um enxame de abelhas. 

Há alguns anos, eu e e mais dois amigos caminhávamos pela Trilha da Pedra do Frade, na Serra da Bocaina e já no final do percurso nos deparamos com um enorme enxame de abelhas que cobria o tronco de uma árvore alguns metros a nossa frente, justamente por onde passaríamos. Eu estava na frente e quando parei senti meu coração disparar. Mantivemos a calma e com todos os nossos instintos focados naquele bolo de abelhas a apenas alguns metros a nossa frente, começamos a caminhar lentamente e de costas até que nos colocamos a uma distância segura. Viramos e aceleramos os passos, mas sem correr para não causar perturbação.
Um ataque naquele momento não nos deixaria a mínima chance de escapar com vida.

A maior parte dos meus companheiros de trekking já são bem experientes e sabem como se comportar na natureza. Caminhamos em silêncio, observando e quando conversamos é sempre em tom baixo. Caso  fosse um grupo com pouca experiência nessa atividade tão prazerosa, e que se desloca em algazarra, o resultado teria sido trágico.

Percorrer trilhas, seja qual for o grau de dificuldade, envolve atenção. Além disso, a contemplação faz parte da atividade. Ali, somos nós os intrusos. Devemos respeitar o ambiente.



Até a próxima
Waldir Barros      

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